quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Amitié

Perco em outros braços os meus desejos
Entrego-me aos mais quentes beijos
Mas nos teus braços posso me reconfortar

Sob a superfície áspera de sentimentos
Encontro em ti um tom mais manso
Acolhedor de meus lamentos

Para o fogo que me faz pisar em brasas
Você é água esborrifada que me faz pisar em nuvens
Sou um pássaro batendo asas

Não queira nunca se enganar
Não queira emergir atravessando a superfície
Quão mais silencioso e profundo mais ar para respirar.


Anseios

A paixão que é vento as velas
Às vezes tempestade
Oferece aos olhos um brilho de amor

O amor que é pura calmaria
Às vezes leve brisa
Rouba do corpo movimentos da paixão

Afinal! Amor ou paixão?

Afinal! Viver ou perecer?


Alguém aí?

O mundo, mais uma vez pede socorro
Grita o mais alto que pode
Alguém aí? Tem alguém aí?

O mundo, mais uma vez pede socorro
Sua gelado de medo, treme o chão de desespero
Alguém aí? Tem alguém aí?

Do suor o refresco, do tremor o repouso

Sozinho, o mundo pode descansar em paz.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Espera em Soneto

A noite vadia, iluminada e branca
consome no fogo a luz
a dor desesperadora da espera na esperança

Em um mundo de palavras, raras vezes sentimentos
lábios que se tocam, voltam a se queimar
absortos resignados, anseiam depender de si mesmos
perdidos na espera, no coração, esperança

Desvenciliar da vida sonética
inventar um novo meio, um fim, não sei
tão fácil como neologia

Vem que espero, baby
molho todo tempo os lábios de esperança
meu corpo cansado pouco curvado
é firme, é um soneto, até você chegar...


quarta-feira, 30 de março de 2011

No caminho uma depressão

A caneta que deslizava em versos o papel
encontrou no meio do nada, uma depressão
a superfície arrancada de seus pés
ofereceu lhe a angústia do precipício ao chão

com tantas palavras ainda por dizer, escrever
e o silêncio emudecido em branco
derramou lágrimas azuis de tristeza
na solidão daquela escura fortaleza

Mas, como toda maré há um dia de subir
Fez do vale, um mar imenso e azul de saudade
imitando um ponto, desejando ser vírgula
sempre lembrado nos dias bons


segunda-feira, 28 de março de 2011

Desprezando a Gravidade

Tira o peso da palavra
igual se tira da bola alçada na área
como o nobre poeta
tenta dar as pedras costume de flor
imagina as batendo asas
paradas no ar, vê-se beija-flor

Vê no chão uma estrela caída
logo torna-se pó
troca a terra pelo céu
muda o ângulo da visão
vai informação, vem emoção
para pra pensar, para de pensar

Imagina agora em delírio,
um sorriso pra seriedade
seriedade séria que sorri de volta
tira o peso
tira o peso
vê-se alegria


segunda-feira, 21 de março de 2011

Orquídea do cerrado

Arrancou do solo bruto sua força para viver
com lágrimas cultivou suas raízes
lutou contra todos, conseguiu crescer

Um dia roubaram sua alegria
não sentiu a luz do amanhecer
logo adiante onde não era mais pedra
um pé de lobeira começou a nascer

Por tempos perdeu seu viço
só lhe restará alguns raios destemidos
que atravessavam aos gritos as folhagens

Um dia devolveram sua alegria
a noite chegando num raio, a lobeira tocou
de manhã, cumprimentada pelo sol
a orquídea rupícula de coração grande, chorou...


Voa

Durante toda tarde estive pensando
Como devolver sua alegria?
E a resposta gritou aos ouvidos

Voa, voa, linda abelhinha
tome de volta sua alegria
mesmo que isto custe a minha!


Dois rios

Eu sei...,
há pelo menos um Deus
as pessoas podem ser boas
o amor que trago não cabe no peito

Eu não sei...,
porque não consigo ter fé
em quem posso acreditar
como demonstrar o que tanto digo?

Eu sei...,
a minha certeza está sempre certa
aquela garota não é pra mim
as vezes me perco em pensamentos

Eu não sei...,
porque sigo sempre o incerto
porque não quero abrir mão
como me acho em meio a este turbilhão?

Eu sei...,
sou o mais otimista,
tenho minha maneira de ser feliz
tudo ficará bem!

Eu não sei...,
por que as vezes ouço os pessimistas
minha maneira de ser feliz as vezes fica triste
e se tudo não ficar bem?

Eu sei, tudo vai acabar bem
e se não acabar bem?
O silêncio é ensurdecedor!



quinta-feira, 17 de março de 2011

Autoexplicação

Os versos que contam histórias
algumas do fundo da memória
vem agora o seu ritmo explicar

Primeiro: a troca com os verbos
pois a maioria estão do lado de lá
é apenas um jeitinho de dar rima
e ajudar quem for cantar

Cantar, porque poesia é canto
leva o som em tom mais brando
aos ouvidos de quem vai ouvir

Segundo: as palavras mais simples
pois dicionário não precisa usar
hoje o tempo passa depressa
e não há tempo para consultar


quarta-feira, 16 de março de 2011

Operações básicas

Procurou no conjunto universo
números para um plano polar
que indicasse a posição verdadeira
fazendo um sonho real se realizar

Procurou de forma racional
aquilo que fizesse vivo por inteiro
deixou de lado o mundo complexo
dedicou-se na busca ao natural

Descobriu que um mais um nem sempre é dois
mas que pode ser o um maior que existe
aprendeu, que um menos ou outro é igual a nada

Descobriu que dividindo a tristeza
multiplica se a felicidade
aprendeu, que o amor é evidência


A mentira arrependida

A mentira de pernas curtas
deu um passo maior que as pernas
foi do outro lado da esfera
sussurrar no ouvido de alguém

falou de um amor tão bonito
que ela mesma acreditou
no caminho de volta pra casa
sentou se numa pedra e chorou

A mentira arrependida não soube o que fazer
deu passos agora mais curtos
pensando no que iria dizer

decidiu dizer a verdade doesse a quem doer
sussurrou no ouvido de que veio
guarde este amor pra você


Ottone Felipe - 14/03/2011

A conversa

A vírgula, que brevemente interrompeu a conversa
trouxe logo adiante um ponto.
Em seguida a interrogação de o que é isso?
Ouviu com grande surpresa a exclamação!
A conversa que se estendia reiniciou com um travessão
_ O que vem agora? Repetiu a interrogação
cansada de seu uso anormal
pediu com pressa uma resposta
e exigiu um ponto final
o ponto por sua vez não parou adequadamente
escorregou dando três quiques...
e depois caiu sentado.


domingo, 16 de janeiro de 2011

A cor da felicidade

Com os pés descalços na areia
Curtindo a brisa que vem do mar
As ondas quebram frente aos meus olhos
E levam os pensamentos que vieram buscar

Do alto das pedras, aves partem em seu voo
Soltas na natureza, desfrutando o amor

Volto os meus olhos para a imensidão
Sinto o ar que respiro com a prancha na mão
Um tubo se forma e sorri para mim
Não tenho lembrança de ser tão feliz assim

A paz que encontro tem um tom de azul
Contato com a natureza, encontrando o amor


sábado, 15 de janeiro de 2011

Recordações

Ah! Quem me dera um dia, saber cantar
E nos seus ouvidos, poder sussurrar
Uma bela canção, vir a retratar
Tudo que vivemos, o prazer de se amar
O quarto vermelho, chamamos de lar
O tapete felpudo, a nos acariciar
O edredom cor de vinho, para esquentar
A cama macia, lugar bom de deitar
Nas metades de noite, te fiz acordar
Com um beijo na nuca, o desejo despertar
O fôlego se acabando, tempo para respirar
Meu suor escorrendo, você vindo secar
As piadas bobas, nós a gargalhar
Voltar a dormir, braços a entrelaçar
Acordar atrasado, não ir trabalhar
Voltar a ser criança, voltar a brincar
Ter de novo a pureza, o brilho no olhar
No colo um do outro, poder recostar
Momentos felizes, não vão se apagar
Onde quer que esteja, vou sempre lembrar
Não importa o futuro, que irá chegar
Nem mesmo a distância, pode distanciar
É só buscar na memória, viver e recordar
Nos nossos pensamentos, Ah! O tempo pode voltar...


Carta aos solteiros

Talvez para a angústia de muitos, os solteiros, claro, é reservado no calendário gregoriano, um dia em que celebra o oposto do que é ser, solteiro. Neste dia os casais se unem, passam o dia juntos, trocam presentes e presentes, e ao fim do dia, a grande maioria fazem sexo, amor, ou os dois. Até aqui já sabemos. Mas na verdade, nem tudo é perfeito assim, e pode ser perfeito assim.
Existem algumas razões que podem muito bem confortar os solteiros de plantão, ou melhor, deixá-los em vez de consolados, animados. Temos por natureza desgostar de tudo àquilo que somos obrigados a fazer, não é verdade? Aquilo que é monótono. E esse dia tem tudo disso também, pode acreditar.
Para começar, não existe surpresa alguma que uma pessoa possa fazer a outra, a não ser, penso eu, se for abduzida por extraterrestres e retornar (a tempo) com uma idéia que agora nem consigo imaginar. Talvez vinda de Marte. Ou Vênus sabe lá. Mas explico por quê. Tudo que se passa imaginando durante o dia (na verdade alguns dias antes), a outra pessoa também já imaginou. E com certeza em algum momento esses pensamentos se acharam em sintonia no espaço.
Dá para imaginar a expressão numa troca de presentes ou outra coisa do tipo, de – “nossa, eu não esperava, amor” – disfarçando na verdade a expressão de – “nossa, é isso, amor (com aspas, ok!)”? Um horror, não é? E para piorar, tem a angústia de ficar o dia todo pensando. Que saco. Ops!
Tem também os casais que fazem o seguinte joguinho. Na véspera do tão “esperado” dia, simplesmente inventam uma briga e cada um sai para um canto. Estes levam ao pé da letra aquilo que dizem - depois da briga é que é bom. Na verdade pode até ser mesmo. Mas, pense. E se essa “briguinha” se transformar em uma “brigona”. Passarão o dia, sozinhos. “Tá” aí, mais uma preocupação e gasto de energia. Controlar o nível da discussão. Ah! E mais a frente entenderemos a diferença entre sozinho e solteiro. Olha que é grande, viu!
Agora, os solteiros. Com este dia se aproximando já nos sentimos ouriçados e desejamos de antemão fazer algo. E não há maior motivação que esta, confesso. A de não sucumbir perante os outros, os “namorandos”. Lembrando, que não se trata de inveja ou algo do tipo, é só um querer mostrar se bem. Já que todo mundo tira uma casquinha dos solteiros nesse dia. Se pensarem que é inveja, que seja a inveja branca.
Com uma semana de antecedência, correntes começam a surgir. Orkut, MSN, Twitter e afins se tornam armas poderosas na disseminação de idéias, como esta, que li agora a pouco no MSN. Dizia assim – “se o dia é dos namorados, a noite é dos solteiros” – cara, lindo isso. E pelo Orkut recebi um convite de uma festa. Nome da festa? Noite dos solteiros. Adorei também. É muito legal essa descontração. Na era da tecnologia e informação, só fica em casa quem quer.
Daí, entre outras coisas, amigos se unem e se reúnem (e são assim durante todo ano). Fazem jantar ao som de violão. E se possível, fazer fogueira pode ser uma boa. Alugam uma boa comédia e ao embalo de uma boa pipoca e uma bebida, viram a madrugada. Sempre com as pessoas que colorem a nossa vida de tempos em tempos e que nós de tempos em tempos colorimos as delas, na moral!
E Essas são apenas algumas das opções para os poucos que não estarão em alguma festa chamada “Noite dos Solteiros”. E quer saber de uma coisa, alguma coisa vai rolar, sempre rola. Um beijo e um abraço, inesperado, são tudo de bom, mesmo. E sair sem objetivo e sem alguém é bom também. E sabem do melhor, solteiros não lembram esse dia no próprio dia. Tanto faz que dia seja, é apenas mais um e o negócio é sair lá fora, e aproveitar o que a vida tem de melhor.
Portanto fica concluído que, o dia dos namorados, na verdade é o dia dos solteiros. Por que estes últimos é que vão comemorar e dormir com o dia amanhecendo. E se alguém dúvida disso, que arrume logo uma namorada ou um namorado, por que amanhã é o dia. Depois, só no ano que vem.
E deixando de bobagens, namorando ou não, o importante é estar bem. Vale um pouquinho de inveja branca?


Único pedido

Como é incrível imaginar,
Por onde os pensamentos podem nos levar
Na beira da piscina com a solidão
Lembrei de você e se será sim ou não

O gosto do beijo que sinto não é seu
Em poucos instantes digo que já deu
Volto a ficar sozinho e de novo a pensar
O que posso fazer para te conquistar

Quero ter realizado um único pedido
Eu quero ser seu amor e também seu amigo
Fazer da vida ao seu lado um belo romance
Por isso eu te peço apenas uma chance

Seu jeito meigo e doce me enfeitiçou
Já nem sei mais quem eu sou
Apenas sei, o que sinto é pra valer
E que ficarmos juntos tem que acontecer

Coloco tudo nesta canção
Poesia tirada do meu coração
E você é a musa que faz inspirar
Nos dias de chuva faz o sol brilhar


E quem me dera o destino escrever
Todas as coisas boas que temos pra viver
A cada dia sempre uma novidade
Seremos felizes pela eternidade


Encontro ao acaso

De tardezinha à beira mar
Ouvir você, você falar
Dos nossos planos, que não deram certos
O destino ninguém controla, nem o coração

De tardezinha à beira mar
Ouvir você e me lembrar
Dos dias frios, que esquentamos no sofá
Hoje sobra um grande vazio, você não vem deitar

De tardezinha à beira mar
Ouvir você, querer chorar, quanta saudade!
Dos beijos e abraços que hoje eu não tenho mais

De tardezinha à beira mar
Olhando você se afastar, outro adeus!
Fim de um encontro que o acaso promoveu


Os teus jeitos

Jeitinho de boneca, sorriso de sapeca
Sei não! Fica uma dúvida no ar
Teu corpo tão moreno, despertam as paixões
Trazendo movimento a parados corações

Jeitinho de princesa, tenho em mim uma certeza
Sem você, eu não vou ficar
Teu sorriso adocicado, leva na boca um morango
Olhando para você vejo a face de um anjo

Jeitinho tão dengoso, mais faz ficar gostoso
Meus beijos, para você eu vou guardar
Teus cabelos lançam no ar, um perfume que seduz
Quando tocam o sol refletem a sua luz

Jeitinho de menina, leva vida a minha retina
Só sei de uma coisa! Nasci para te amar
Tua pele tão macia, quando tocada se arrepia
Vem ficar comigo, e me encher de alegria

Jeitinho de boneca, sorriso de sapeca
Sei não! Fica uma dúvida no ar
Jeitinho de princesa, tenho em mim uma certeza
Sem você, eu não vou ficar
Jeitinho tão dengoso, mais faz ficar gostoso
Meus beijos, para você eu vou guardar
Jeitinho de menina, leva vida a minha retina
Só sei de uma coisa! Nasci para te amar